quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Obama e o travesseiro

Vi perplexo aos cerimoniais da posse do Obama.

Perplexo, essa é a palavra.



É sensato depositar o destino do mundo a uma única pessoa?

Como se sentirá Obama? Nunca - NUNCA - em toda a existência humana, até onde sabemos, se confiou o futuro do planeta em uma única mente.
Como Obama acordou ontem? Não tenho dúvida de que vive um sonho totalmente delirante até agora, como delirantes foram todas as imagens de sua posse.

Seu discurso e sua postura reacendem aos americanos e ao mundo a esperança e a perspectiva de recuperação como nunca foi visto.

Michelle Obama surge como uma figura talvez tão importante e reconhecida quanto seu marido, colocando-se ao posto de uma das mais atuantes primeiras-damas que já passaram pela Casa Branca.

A propósito, eles devem ser as duas pessoas que menos acreditam que isso pode ter-lhes acontecido! É demais, não cabe na lógica que cerca as vidas das pessoas essa transformação, de um advogado simples que emigrou do Havaí para tentar a sorte no continente e de repente se viu alçado ao posto mais importante do planeta.

Impossível dormir para Obama, deve passar pela sua cabeça que é um homem que detém mais poder do que detiveram César, Alexandre, Xerxes, está sob suas ordens o exército mais aparelhado da história da humanidade. Uma simples ordem sua pode decretar o Irã sepultado sob escombros e a Coreia do Norte transformar-se num cogumelo de fumaça.



Acima de tudo, Obama será o presidente de uma era que percebeu que, mais importante que todas as guerras que pipocam ao redor do planeta, é a economia do mundo.

A teia globalizada que foi formada entre países e continentes através do último século nunca pareceu tão frágil, e o mundo olha para Obama, ávido por soluções imediatas e eficiente. Mais importante do que qualquer Iraque, Israel ou Afeganistão, eis sua principal tarefa. Recuperar a economia do mundo.


E por fim, me parece emocionante e surreal (até a nós, que não estamos no posto mais importante do planeta, parece surreal) que estejamos vivendo tudo isso! É literalmente algo que contaremos para nossos filhos, netos e mimimi. Assim como foi Napoleão nos fins da Idade Moderna e Hitler no século passado, Obama desponta, sim, como a figura mais imponente de todo o século atual.