Neste sábado, dia 06 de dezembro de 2008, a prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro anunciou o aumento da tarifa básica de ônibus de R$2.10 para R$2.20. Muitos devem dizer: "Reclamar para quê? São apenas 10 centavos!", mas os motivos de reclamação não são apenas pelos 10 centavos. A prefeitura não anunciou oficialmente na programação da TV do Rio de Janeiro. Jornais publicaram a notícia, tanto impressos tanto da Internet, mas, sinceramente, não foi o bastante. Eu mesmo não fiquei sabendo até que vi o adesivo com a nova tarifa no primeiro ônibus que passou por mim, no caso, um Senior da Litoral Rio, na linha 690 (Alvorada x Méier). Muita gente foi pega de surpresa com o aumento da tarifa, além de muitos saírem com o dinheiro certo para a passagem. Há pouquíssimas exceções para os que deixaram passar com apenas R$ 2.10, é claro, apenas hoje.
Mas além disso, muita gente reclama - inclusive eu - do preço absurdo da tarifa. Em muitas cidades, o esquema feito pelas empresas de ônibus é o seguinte:
Há vários tipos de tarifa. A primeira tarifa é, por exemplo, do Bairro X para o Bairro Y, por serem bairros de pequena distância. A segunda custa mais cara que a primeira e liga o Bairro X para o Bairro Z, e a terceira liga o Bairro X para o Bairro A (ponto final). O sistema é bem interessante, afinal, é injusto uma mãe com um filho (a) pegar um ônibus para ir até o bairro vizinho e gastar R$8.80 de ida e volta.
Quando é questionado o motivo do preço alto, podemos pegar uma linha como exemplo: a 269 (Curicica x Praça XV), via Linha Amarela. A tarifa antes do reajuste de dezembro custava R$2.50. Vamos analisar: o ônibus tem ar-condicionado e gasta um tanque inteiro de diesel por dia, ao contrário dos ônibus convencionais, que gastam metade do tanque por dia. Além disso, ele passa pela Linha Amarela, que possui um pedágio. Ficaria algo bem caro, mas a 269 é uma linha que lucra bastante, principalmente a que passa pela Linha Amarela, a via que corta toda a Zona Oeste. Os R$2.50 não seriam necessários.
Gostaria de lembrar que há alguns anos, a tarifa de um ônibus com ar-condicionado custava R$1.30, e as empresas nunca faliram por causa disso. De uns anos para cá, o governo adotou uma mania de nos meses de novembro, dezembro ou março aumentarem a tarifa da passagem dos ônibus. De fato, é a época do ano em que o movimento cresce mais, é apenas uma jogada para ganhar mais dinheiro.
Com ou sem aumento, o transporte não melhora. Empresas piratas continuam rodando por aí. A Feital, empresa mais conhecida como "Fatal", é uma empresa que não consta no site do Rio Ônibus. Seria uma empresa pirata? Há vários boatos sobre a empresa, inclusive um bem polêmico: a Feital teria comprado Apache S21 com ar-condicionado, mas deu um calote na Caio e levou os ônibus de graça. Obviamente, a Caio tomou os Apache S21 de volta.
Atualmente, a frota é composta de Torino GV, Torino G6 e Marcopolo Viale. Os Torino GV e Torino G6 estão caindo aos pedaços. Andam sujos e sem manutenção alguma. Já os Viale's podem ser considerados "inteiros". Sempre com aparências de limpos, mas sempre estão com defeitos. Foram adquiridos da 1001, com ar-condicionado e motor traseiro. Para verem que não estou brincando, já vi um Torino GV abandonado no Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca. Todo aberto, sujo, ninguém dentro. Não ando num Feital há anos, mas dizem que ela não aceita RioCard ou passe livre porque o governo retirou todas os aparelhos de RioCard dos ônibus, porque ela não pagou um tipo de imposto pelo aparelho.
Além disso, a Feital permaneceu com o embarque na traseira até 2004 em alguns ônibus, sendo que o embarque fora transferido para a frente do ônibus anos antes. Confira uma foto do péssimo estado de um ônibus da Feital:
Este é 99034. Ele tem a grade do motor aberta, não tem a lanterna dianteira esquerda do pisca-alerta, tem frisos soltos e parece que vai tombar na curva. Com esses ônibus rodando para cidade, realmente é justo pagarmos R$2,20 por uma passagem de ônibus?
Até a próxima! Obrigado pela leitura!
Johanns Spencer Lopes.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Transporte público: não mais popular
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